Sábado eu assistia um grupo de ex-alunos apresentando uma peça de teatro na escola. Eu observava um deles que sempre foi mais sério e que fazia um papel de destaque. Percebi o quanto ele estava desinibido e à vontade em cena. Era como se ele encontrasse no palco seu habitat natural. Fiquei com vontade de procurá-lo e dizer a ele o quanto ele tem talento. Ao mesmo tempo pensei que isso poderia ser óbvio, que seria uma bobeira dar a ele um feedback desses. Depois pensei que dev eria falar, mas tive medo da responsabilidade de incentivá-lo a seguir uma carreira na arte. Já até imaginei a cena dele daqui uns anos me culpando por sua pobreza financeira. Por fim, resolvi procurá-lo, afinal de contas este é o papel do professor. Reconhecer talentos, apontar caminhos e estimular. Tivemos uma breve, mas linda conversa. Pra ele não era óbvio e ao mesmo tempo ele estava curioso por saber que caminhos poderia seguir. O professor tem o poder de encher balões de sonhos, mas também de estourá-los. É ...