Sempre tive meu trabalho como uma missão, tentando fazer da minha aula o melhor momento do dia do meu aluno. Tentando com afeto e senso de humor transmitir um pouco de alegria. Mas na sexta-feira não consegui. Teve "bom dia", teve música, teve arte, mas não teve alegria, só choro. Eu mal conseguia respirar, tamanha a minha sensação de solidão e falta de pertencimento. Como se a minha presença ali fosse totalmente desnecessária. Eu precisava ir à emergência, dirigi até onde co nsegui. Peguei um uber, cheguei ao hospital e dei com a cara na porta, porque este não me atendia mais. Com muita falta de ar fui andando até outro, mais ou menos umas 7 quadras. Outro que também não me atendia mais, havia mudado tudo naquele dia. Caçando as minhas carteirinhas, descobri uma que me atendia bem ali. Disse à médica que sentia uma angústia profunda, o peito acelerado e que achava que estava infeliz. Também disse que fiquei na dúvida se o que eu sentia era uma emergência, ela ...