Frase forte, mas é verdade. Nesses dias convivendo com meu irmão, reparo em como temos personalidades diferentes. Eu adoro conversar com ele porque ele faz qualquer assunto parecer muito interessante. Dá pra conversar sobre música, filmes, trabalho, estudo, livros, relembrar a infância, contar as desgraças e comédias. Mas Rui é de poucos amigos, deve contar nos dedos. Ele também é na dele, gosta da própria companhia acima da dos outros. Eu não, eu falo com todo mundo e na minha vida fiz muitos amigos. Ontem cheguei na escola e fui apresentar meus sobrinhos para os outros professores e falei "Essa é minha amiga, fulana. Esse é meu amigo, Fulano". Meu sobrinho falou assim "Todo mundo é seu amigo?". Eu tenho essa coisa, onde eu chego eu tento ser presente, falar com todos e tratar bem a todos. Mas confesso que tenho dificuldade na manutenção das amizades, minha dedicação fica a desejar (talvez por ter muitos amigos). Não fico mandando "bom dia", nem "como você esta?". As vezes eu começo uma conversa com alguém que não vejo há tempos como se eu tivesse acabado de vê-la, sem nem perguntar um "tudo bem?". Acho que ter poucos amigos, como Rui, deve ser mais fácil de fazer manutenção, além de que o modo como ele se relaciona com as pessoas faz com que gere poucas expectativas. Eu crio altas expectativas, porque quando estou perto sou entregue, mas aí eu falho e decepciono as pessoas. Entro numa rotina intensa, me canso, esqueço de responder, de perguntar, gasto todo meu dinheiro e fico sem ter gasolina pra visitar, passagem pra comprar. Tenho medo de incomodar, espero, dou espaço, decepciono mais uma vez. Cheguei ao ponto de querer criar uma carteirinha para os membros do clube dos decepcionados com a minha amizade. Este ano decidi trabalhar menos pra dar mais qualidade ao meu trabalho (mesmo precisando de dinheiro), talvez as amizades também precisem ser em menos quantidade para terem mais qualidade.
Minhas sinceras desculpas aos amigos decepcionados.
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