
No MASP me deparei com esta escultura em bronze, do artista Flávio Cerqueira e comecei a chorar. Repleta de significado e dispensando explicações, me atingiu em cheio.
Existe um tema que trabalho com meus alunos relacionado ao corpo e às modificações que fazemos ou gostaríamos de fazer nele (não abordo com a profundidade que gostaria por falta de tempo). Mas peço pra que eles escrevam sobre a visão que têm do seu corpo, o que não modificariam e o que gostariam de mudar. Alguns com seus 13 ou 14 anos, afirmam que teriam coragem de se submeter a um procedimento cirúrgico para mudar algo apenas pela estética. Outros gostariam de mudar sua altura, seu peso ou sua COR de pele (e tem gente que acha que o racismo não existe).
Ainda refletindo um pouco com eles, alguns afirmam que não mudariam nada em si mesmos (o que eu acho ótimo). Mas será que isso é real?
É aí que eu pergunto a eles "Você corta o cabelo? Se depila? Usa maquiagem? Então VOCÊ SE MODIFICA constantemente". Seja por uma questão social, cultural ou porque você quer. Eu mesma conto pra eles das mudanças que fiz em mim mesma. Nunca fiz nenhuma cirurgia estética, mas fiz progressiva, pintei o cabelo, usei aparelho nos dentes, faço depilação, tenho tatuagens, brincos, piercing... Sem contar que vivo tentando e fracassando nas dietas que faço, tentando modificar meu peso. Tudo faz parte de não aceitar seu corpo do jeito natural que ele é.
Algumas mudanças levamos com muita naturalidade no cotidiano e nem nos damos conta, outras são bem mais pesadas e nos fazem sentir mal. Quem é que está realmente satisfeito com quem é? E que cultura é essa que nos faz sentir mal o tempo todo e desde sempre?
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