Se me perguntam o gatilho da minha crise, eu te respondo com toda a certeza que foi a mudança. Após 4 anos morando na mesma casa que era pequena, mas já tinha a minha cara e me acolhia, me mudei para um lugar maior. Além da mudança ter sido um esforço tremendo para dar certo, fazendo tudo com pouca ajuda, praticamente sozinha em dia de semana, ou seja, sentindo um peso muito grande das responsabilidades. Escolher um bom lugar, fazer um bom negócio, contratar isso, encaixotar aquilo, desinstalar, instalar, limpar, arrumar...
Quando cheguei ao novo condomínio foi que me dei conta de como eu estava sozinha, aquela casa não era minha. Era grande demais, com móveis de menos e o pior, pessoas de menos.
O condomínio tem tudo, tudo o que uma família precisa para desfrutar, mas não uma pessoa sozinha. Como eu vou à piscina sozinha? Academia, sozinha? Quem eu vou levar ao parquinho? Não tinha ninguém, só tinha eu. Além disso não conseguia instalar a internet, receber e montar móveis, porque eu nunca estava em casa. Das 8 às 18h, os horários que o condomínio permite fazer qualquer serviço. Eu saio às 7h e chego às 18:15.
Eu simplesmente não consegui desencaixotar nada, sabe por que? Porque essa casa não é minha. Ainda.

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