
Esta obra se chama "Self-portrait with cropped hair" ("Autorretrato com cabelo cortado" - 1940). Frida pintou este quadro após sua separação do pintor Diego Rivera, o qual havia dito que amava seus cabelos longos. Durante muitos anos ela viveu à sombra dele, ela era nada mais que a "esposa do Diego". Aos poucos sua obra foi ganhando notoriedade e ela estava livre para ser ela mesma.
Frida foi considerada pelos surrealistas, como sendo parte de seu movimento. Em resposta a esta afirmação ela dizia "Eu pinto a minha própria realidade". Sua arte tinha total conexão com sua identidade e sua história, contaminada de fatos e circunstâncias de seus dias, pura EXPOSIÇÃO.
Hoje, estudando sobre Frida, eu me conectei. Me conectei porque eu também nunca quis ser conhecida por ser a "esposa de fulano", "a filha de ciclana", eu sempre quis ser eu. Tenho medo de não ser original a ponto de ter que me esconder ou pegar carona na aba de alguém.
Apesar de não negar minhas conexões, minhas raízes e todo o solo que me forma. Geralmente produzo (textos, músicas, desenhos, etc) em cima das minhas vivências que estão impregnadas pelos relacionamentos que tenho com as pessoas a minha volta ou circunstâncias do dia a dia. Às vezes eu revisito algumas das minhas singelas produções e penso "Por que eu escrevi sobre esse momento?", "Por que eu fiz uma música para essa pessoa?". Então eu paro de me criticar e me respeito, respeito a "Lívia" que eu era ali, que quis digerir aquilo daquela maneira.
E o que fica é um pedacinho de Lívia para o mundo.
O que fica é um quadro da Frida Kahlo e não da esposa do Diego Rivera.
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